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Almada (Pragal), Setúbal, Portugal
Turma de Línguas e Literaturas da Escola Secundária Fernão Mendes Pinto (Área de Projecto)

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

"Nas tuas mãos"

Nesta reportagem divulgada pela R.T.P. 1 são apresentadas várias mulheres portuguesas cujo passado as perturba e as persegue diariamente. Todas foram vítimas de violência doméstica, todas carregam as cicatrizes visíveis e invisíveis de um abuso sem medida, todas viveram sob o abuso físico e psicológico de uma relação condenada a um final infeliz; porém todas tem algo em comum com os seus agressores -são seres humanos, às quais a auto-estima, a vontade de viver, de amar e de serem amadas lhes foi arrancada por um homem sem escrúpulos, como uma carraça é arrancada de um animal.
A violência doméstica é, tal como outras, difícil de ser admitida ou divulgada pela vítima, pois muitas vítimas carregam a vergonha e a culpa, sem mesmo as terem. Das vítimas que sobrevivem, poucas delas recuperam totalmente do trauma, a que foram sujeitas durante vários anos.
A única forma que muitas encontram para sobreviver a este tipo de violência é a fuga, que é cautelosamente planeada e executada. Muitas destas vítimas afirmam terem permanecido durante tantos anos debaixo de abusos repetitivos e de um elevado grau de violência, somente devido aos filhos que têm em comum com os agressores; segundo vários psicólogos esse é o erro mais comum nas mulheres que sofrem de violência doméstica, pois o facto de estes presenciarem momentos de violência poderão vir a ser determinantes no carácter e na forma como irão comportar-se perante a sociedade que os espera.
Penso que é intolerável existir qualquer tipo de violência contra qualquer ser vivo, mas este é um dos que mais me chama a atenção, pois nenhuma mulher, sendo um ser humano, deveria passar por esse ou qualquer outro tipo de violência, seja ela física ou verbal, privada ou perante os seus filhos.
Pergunto-me, será que estes homens, se é que podem ser assim considerados, não têm qualquer tipo de sentimentos? Será que foram gerados durante nove meses dentro do ventre de uma mulher? Será que são toupeiras e não conseguem ver a expressão de sofrimento e de humilhação nas faces das mulheres que espancam? Ou será que são apenas seres humanos sem qualquer tipo de sentimento, emoção ou até compaixão? Será que são seres racionais ou normais? Ou terão o cérebro de alguém cujo objectivo de vida é destruir, pisar, humilhar, magoar, espancar e desprezar? Será que gostariam de ser espancados tal como fazem?
Talvez eu nunca saiba as respostas para estas perguntas, talvez porque me recuso a acreditar que haja respostas que possam justificar tais actos de violência contra avós, mães, filhas e irmãs.

Lurdes Lopes

1 comentário:

Anónimo disse...

Olá Lurdes!
Li o teu texto que foi escrito com o coração. É de louvar que ainda haja jovens que se insurgem contra estes atentados à vida e dignidade da nulher.Em pleno século XXI ainda ouvimos e lemos( infelizmente)contos inarráveis de violência contra a Mulher.Estou a falar mais concretamente do caso da Aústria que deixou meio mundo em estado de choque.O que aconteceu nesse país, de uma Europa dita civilizada e culta, acontece um pouco por todo o Mundo. As raparigas são vistas como instrumento do prazer sádico e cruel de homens que as deveriam proteger e amar acima de tudo, os seus Pais! O que não se deve esquecer é que são as mulheres as primeiras educadoras, as que amam, nutrem e dão cor a um Mundo que de outra forma seria tão cinzento. Continuem com o vosso trabalho. Abram os olhos a quem continua a acreditar que a vida de uma mulher só tem valor quando serve para satisfazer os caprichos cobardes e misóginos dos homens com H minúsculo. Ana Cristina Soares ( big sister)