Sabia que 56% das portuguesas vítimas de maus-tratos já tentaram o suicídio?
Segundo dados da União Europeia:
- Uma em cada cinco mulheres sofreu maus tratos por parte do seu marido ou companheiro, pelo menos uma vez na vida;
- 25% da totalidade dos crimes violentos que chegam ao domínio público, dizem respeito a agressões perpetradas contra a mulher, pelo seu marido ou companheiro.
Continuamos, assim, em pleno século XXI (diz-se que o anterior foi o "século das mulheres") a assistir a um fenómeno que põe em causa a qualidade de vida e os direitos das mulheres e dos seus filhos, o que nos leva a questionar e a reflectir sobre as estratégias e as medidas que têm vindo a ser adoptadas.
É sabido que a violência conjugal surge na confluência de diferentes tipos de variáveis (pessoais, relacionais, situacionais e culturais) cuja leitura e compreensão assume, muitas vezes, grande dificuldade. Importa evitar cair na tentação de leituras simplistas e soluções aparentes que nada alteram, servindo, apenas, para ajudar a perpetuar o problema. Condenar o culpado e proteger a vítima, por si só, não alteram comportamentos nem dinâmicas relacionais.
Ouvimos, muitas vezes, dizer que:
Se a mulher mantém um relação violenta, é porque quer... pode apresentar queixa, ir para um centro de acolhimento e, resolver o problema. Se ela não pede ajuda é porque não sente necessidade?
O que acontece, frequentemente, é que há factores que levam a mulher a manter-se na relação, que, importa considerar:
- o medo de vir a ser ainda mais maltratada;
- os filhos, e a convicção de que, apesar de tudo, eles gostam do pai e este lhes faz falta;
- a dependência económica, mesmo em casos em que a mulher tem uma actividade remunerada; - o ter de enfrentar uma nova vida sózinha, com os filhos a cargo e a responsabilidade da sua educação e do seu futuro;
- o assumir o insucesso da sua relação;
- a vergonha/humilhação.
Mais do que julgar, há que compreender o fenómeno na sua globalidade e, entre outras medidas, desenvolver programas de apoio, reabilitação e acompanhamento para vítimas e agressores, promover programas, dirigidos a todos os niveis de ensino, de "Educação para a igualdade entre os sexos", de "Educação para a paz" e de Prevenção da violência.
Fonte: Fátima Mota
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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008
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