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Sobre nós

Almada (Pragal), Setúbal, Portugal
Turma de Línguas e Literaturas da Escola Secundária Fernão Mendes Pinto (Área de Projecto)

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Sensibilização por parte da comunicação social

Recentemente, o canal de música MTV promoveu uma campanha para alertar e consciencializar as pessoas para o tráfico de mulheres, emitindo assim uma série de anúncios cujo fim é expor as verdades nuas e cruas sobre o horror deste acto desumano.
Um desses anúncios cativou especialmente a nossa atenção, pois é o exemplo perfeito das verdades de que todos nós deveríamos ter consciência. Nesse anúncio observamos uma conversa entre duas mulheres, em que uma delas oferece trabalho à outra, mas nunca escondendo quais são realmente os seus verdadeiros planos, como é exemplo a frase “Levar-te-emos para outro país onde serás forçada a entrar na prostituição, e serás violada e agredida várias vezes.”. Com este anúncio, ficamos a par dos horrores que podem estar por detrás duma oferta de trabalho vinda de pessoas que não conhecemos; essa simples oferta poderá ser uma máscara que conduzirá ao tráfico humano.
O tráfico humano, nomeadamente de mulheres, envolve a exportação das mesmas para o estrangeiro, onde serão vendidas às mais desumanas pessoas, e onde serão usadas como escravas para satisfazer desejos sexuais, serão também exploradas e escusado será mencionar as agressões físicas e psicológicas que sofrerão.
Actualmente, milhares de mulheres sofrem nas mãos destas pessoas. Milhares de mulheres são enganadas. Milhares de mulheres vêm a vida delas arruinada dum momento para o outro. Infelizmente não há muito que possamos fazer, e é com este e outros anúncios que canais como a MTV fazem a sua parte, consciencializando e alertando-nos do que se poderá vir a passar até com pessoas que nos são chegadas, para que então possamos nós fazer a nossa parte.

Daniela Valente

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Mutilação Genital Feminina

O texto que se segue é um excerto do livro "Mulheres e Direitos Humanos" publicado pela Amnistia Internacional, sobre uma prática que em pleno século XXI não é assim tão fora do comum, tanto em países islâmicos, como em certas zonas da Europa:

  • A Mutilação Genital Feminina
  • “A rapariguinha, completamente nua, é imobilizada na posição de sentada num banco baixo por pelo menos 3 mulheres. Uma delas com os braços, muito apertados, à volta do peito da criança; as outras duas mantêm abertas as pernas da criança à força de modo a abrirem bem a vulva. Os braços da criança são amarrados atrás das costas ou imobilizados por duas outras convidadas.
    (...) Em seguida a velha tira a lâmina e extirpa o clítoris. Segue-se a infibulação: a operadora corta com a lâmina o lábio menor de cima a baixo e em seguida raspa a carne do interior do lábio grande. Esta ninfectomia e raspagem são repetidas do outro lado da vulva. A criancinha grita e contorce-se de dor, apesar da força exercida sobre ela para ficar sentada.
    A operadora limpa o sangue das feridas e a mãe, assim como as convidadas, “verificam” o seu trabalho, por vezes pondo lá o dedo. A intensidade da raspagem dos lábios grandes depende da habilidade “técnica” da operadora. A abertura que é deixada para a urina e para o sangue menstrual é minúscula.
    Depois a operadora aplica uma pasta, assegura-se que a adesão dos lábios grandes fica feita através de um pico de acácia, que fura um lábio passando através deste para o outro. Desta maneira enfia 3 ou 4 na vulva. Estes picos são depois mantidos nesta posição com uma linha de coser ou com crina de cavalo. Volta-se a pôr pasta na ferida.
    Mas tudo isto, não é o suficiente para garantir a união dos lábios grandes; por isso a rapariguinha é então atada a partir do pélvis até aos pés: faixas de tecido enroladas como uma corda imobilizam completamente as pernas. Exausta, a rapariguinha é depois vestida e deitada numa cama. A operação dura de 15 a 20 minutos segundo a habilidade da velha e a resistência que a criança oferecer."

"Sultana"

Há alguns anos atrás, tinha eu treze anos, li um livro designado “Sultana, A Vida de uma Princesa Árabe” que me despertou a atenção para as chocantes tragédias humanas existentes em certas zonas do mundo. Esse livro é um relato de histórias verídicas de mulheres muçulmanas, descritas pela jornalista Jean P. Sasson, de que esta tomou conhecimento e/ou experienciou. Escolhi relatar alguns factos que estão presentes neste livro por achar que o seu conteúdo e objectivos se enquadram na função do nosso trabalho de Área de Projecto sobre A Evolução da Condição da Mulher, pois é necessário partilhar certos acontecimentos com o mundo.
Este livro, acima de tudo, é um testemunho humano do que acontece nalgumas sociedades mais retrógradas do mundo árabe, pois existem certos horrores que desconhecemos. Existem certas tragédias que ignoramos. Existem certas humilhações que nos são indiferentes. Além de que a maior parte das pessoas não tem conhecimento do quanto as mulheres são subjugadas e submetidas ao poder dos homens, somente por terem nascido num país em que são consideradas como o “sexo fraco” e como a “origem de todo o mal”.
Através da leitura deste livro compreendi uma realidade avassaladora, que até à época me era praticamente desconhecida. Não sabia que ainda havia homens que chicoteavam e matavam indivíduos do sexo feminino somente por estes terem desafiado as normas morais estabelecidas ou por lhes terem desobedecido, ao exprimirem algo tão natural no ser humano como sentimentos e/ou opiniões. Li que um homem preferiu chicotear e mandar apedrejar, em praça pública, a filha de treze anos, no mesmo dia em que esta tinha dado à luz uma bebé, fruto de varias violações, do que acreditar que ela fosse uma vítima dos impulsos sexuais de vários adolescentes drogados. Esse pai, chefe de família, juntamente com a maior parte dos habitantes da sua vila, acusaram-na de ser uma fornicadora ímpia, que, ao manchar a sua honra e costumes islâmicos, tinha cometido um crime grave contra Ala. A família além de não ter acreditado nela, nada fez contra os rapazes que a violaram, porque estes alegaram que ela os tinha seduzido, sendo assim ilibados do seu crime. Não consegui acreditar nesta severidade e obscurantismo em relação à mulher, era surreal este contraste de mentalidades, ocidental com oriental. Chocou-me de tal forma que tentei reunir o máximo de informações possíveis sobre a condição da mulher, na nossa Era, um pouco por todo o mundo, até que conclui que, infelizmente, ainda existem muitas situações revoltantes e repletas de injustiças, como as que são descritas neste e noutros livros. Se as tentasse enumerar a todas não haveria nem possibilidade, nem folhas suficientes para tal. Todavia, é possível contar as histórias que chegam até nós, é possível divulgar certos casos, é possível ajudar estas pessoas, é possível lutar pelos seus direitos e é também possível incentivar a evolução, para que a ordem das coisas mude. Este best-seller é uma prova disso, é uma prova de que nem que se fale só do que aconteceu e do que acontece nos dias de hoje, se pode um dia alterar o que estava previsto acontecer. É esta a nossa finalidade inicial, é esta a função que o nosso grupo se sente motivado a alcançar, a de sensibilizar as pessoas, através da divulgação deste tipo de informações…

Marta Ferreira Leite

"Fifteen cent"

Fantástico este tipo, hein? Só carros bonitinhos, cheios de brilho, um estilo irreverente, e mais fantástico ainda é a submissão perfeita que consegue causar em todos, através das mensagens supérfluas e machistas das suas canções e videoclips.
Exemplo disso é uma das suas músicas de maior sucesso ‘P.I.M.P.’. Nesse videoclip retrata-se a si mesmo como sendo um grande proxeneta, que somente por ter poder económico se julga capaz de domar com trelas e correntes os indivíduos do sexo feminino, tal como poderia fazer a um cão.
Retrata-as com um olhar perfeito a observar o domador, como se do omnipotente se tratasse, MAAAAAAAAAS “OH MY GOD” O QUE É ISTO?! “H-E-L-L-O-O-O”!?
Sr. 50 Cent, caso não saiba, no século XXI é mal visto e é ‘uncool’ tratar a mulher como um ser submisso sem vontade própria, sem sentimentos e sem inteligência, somente com a função de agradar ao sexo oposto. Habilita-se a ficar mal visto, além de ser processado por desrespeito pelos direitos humanos.
Serão correctos estes vídeos, estas letras, atitudes e valores que transmitem, passarem na televisão perante um público generalista? A lavagem cerebral terá maior efeito devido ao facto do público ser maioritariamente jovens de quinze anos?
Arrisca-se a ser P.I.M.P, mas é num rebanho de cabras e de ovelhas, porque talvez o seu destino seja ser pastor, pois como cantor transmite estereótipos sexistas, em que as mulheres são confinadas ao estatuto de ficarem em casa a satisfazer todos os desejos do mestre, sem vida própria. Talvez se desse melhor com as cabras e com as ovelhas, pelo menos já as poderia descriminar que elas não iriam dar importância. Já considerou essa hipótese? Pelo menos sentir-se-ia a viver em pleno, com seres com o mesmo Q.I. e sensibilidade que você.

Philippe de Brito

"Nas tuas mãos"

Nesta reportagem divulgada pela R.T.P. 1 são apresentadas várias mulheres portuguesas cujo passado as perturba e as persegue diariamente. Todas foram vítimas de violência doméstica, todas carregam as cicatrizes visíveis e invisíveis de um abuso sem medida, todas viveram sob o abuso físico e psicológico de uma relação condenada a um final infeliz; porém todas tem algo em comum com os seus agressores -são seres humanos, às quais a auto-estima, a vontade de viver, de amar e de serem amadas lhes foi arrancada por um homem sem escrúpulos, como uma carraça é arrancada de um animal.
A violência doméstica é, tal como outras, difícil de ser admitida ou divulgada pela vítima, pois muitas vítimas carregam a vergonha e a culpa, sem mesmo as terem. Das vítimas que sobrevivem, poucas delas recuperam totalmente do trauma, a que foram sujeitas durante vários anos.
A única forma que muitas encontram para sobreviver a este tipo de violência é a fuga, que é cautelosamente planeada e executada. Muitas destas vítimas afirmam terem permanecido durante tantos anos debaixo de abusos repetitivos e de um elevado grau de violência, somente devido aos filhos que têm em comum com os agressores; segundo vários psicólogos esse é o erro mais comum nas mulheres que sofrem de violência doméstica, pois o facto de estes presenciarem momentos de violência poderão vir a ser determinantes no carácter e na forma como irão comportar-se perante a sociedade que os espera.
Penso que é intolerável existir qualquer tipo de violência contra qualquer ser vivo, mas este é um dos que mais me chama a atenção, pois nenhuma mulher, sendo um ser humano, deveria passar por esse ou qualquer outro tipo de violência, seja ela física ou verbal, privada ou perante os seus filhos.
Pergunto-me, será que estes homens, se é que podem ser assim considerados, não têm qualquer tipo de sentimentos? Será que foram gerados durante nove meses dentro do ventre de uma mulher? Será que são toupeiras e não conseguem ver a expressão de sofrimento e de humilhação nas faces das mulheres que espancam? Ou será que são apenas seres humanos sem qualquer tipo de sentimento, emoção ou até compaixão? Será que são seres racionais ou normais? Ou terão o cérebro de alguém cujo objectivo de vida é destruir, pisar, humilhar, magoar, espancar e desprezar? Será que gostariam de ser espancados tal como fazem?
Talvez eu nunca saiba as respostas para estas perguntas, talvez porque me recuso a acreditar que haja respostas que possam justificar tais actos de violência contra avós, mães, filhas e irmãs.

Lurdes Lopes
O nosso tema remete para o facto de como agir contra a falta de consciencialização das pessoas, combatendo a violência e a falta de respeito em relação ao estatuto da mulher enquanto cidadã do mundo, com sentimentos, inteligência e direitos.
Será que as pessoas não valorizam o esforço e as atrocidades pelas quais milhões de mulheres já passaram para que possamos usufruir, hoje, dos nossos direitos? Não saberão que ainda há reminiscências em pleno século XXI? E se sabem, então porque não apoiam mais esta luta pela igualdade?
São pontos de partida que pretendemos desenvolver e expor, com a esperança de que, ao informar e ao sensibilizar as pessoas, elas tomem conhecimento e que talvez ajudem as mulheres que ainda enfrentam duras condições.
Temos confiança e determinação que, ao estimular o máximo de pessoas possíveis, possamos construir um mundo mais justo e tranquilo. Unindo cada vez mais pessoas por um ideal que se vai transformando, aos poucos, em algo real e actual.

Daniela Valente, Philippe de Brito, Lurdes Lopes, Marta Ferreira Leite.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

OLHA-ME NOS OLHOS

Somos um grupo de alunos do 12º ano da Escola Secundária Fernão Mendes Pinto e estamos a realizar um trabalho no âmbito da disciplina de Área de Projecto cujo tema se centra nos Direitos Humanos, mais especificamente nos Direitos das Mulheres ou na falta deles, o que resulta na Discriminação Feminina.

O Título do nosso trabalho de Área de Projecto é “Olha-me nos Olhos”. Escolhemo-lo por apelar ao confronto directo face à discriminação, estimulando as pessoas a agir, incitando ambos os sexos a serem apologistas do respeito e da igualdade. Sendo o sub-tema “A Evolução da Condição da Mulher”.

Concordamos que é necessário consciencializar as pessoas e demonstrar-lhes o que já foi mudado, a nível da conquista dos direitos humanos e da mudança de mentalidades, até aos nossos dias, mas também o que ainda precisa de sofrer alterações. É igualmente importante fazer com que as pessoas estimem valores como a Igualdade, a Liberdade e o Direito à Felicidade.



Daniela Valente, Philippe de Brito, Lurdes Lopes, Marta Ferreira Leite.